MARGARIDA SCHIVASAPPA
foi uma grande pioneira na defesa e
difusão, na Amazônia, da
prática do Canto Orfeônico como
ferramenta pedagógica. Mas você sabe o que é, afinal, essa técnica?
Um dos maiores
compositores do Século XX,
HEITOR VILLA-LOBOS sempre
sonhou em deixar para a posteridade, além de sua gigantesca obra musical, algo
que definitivamente contribuísse para melhorar o nível intelectual e musical do
povo brasileiro. Na década de 1940, o autor das Bachianas
Brasileiras teve a oportunidade de implantar, tanto no
Rio de Janeiro como
em São Paulo, o Programa
Canto Orfeônico, um compêndio educacional destinado às
escolas, através do qual um grande número de estudantes poderia ter acesso à
cultura musical europeia. Muitos dos grandes músicos de hoje despertaram sua
vocação nestas salas de aula. MARGARIDA foi
justamente uma dessas pupilas
Leia
mais sobre a relação da artista paraense com o grande mestre da música nacional
no post OS ACORDES DE VILLA-LOBOS FAZEM PARTE DA NOSSA TRILHA.
De acordo com os
pesquisadores e estudiosos, o
Canto Orfeônico seria
uma metodologia importante para auxiliar na alfabetização musical de adultos e
no desenvolvimento artístico na infância.
Considerado o maior Movimento de Educação Musical de
massas já ocorrido no Brasil, a técnica ligava-se ao ideário escolanovista e
teve sua imagem profundamente ligada ao governo de Getúlio Vargas. Foi durante o Estado Novo que a modalidade se constituiu enquanto movimento, tendo à frente VILLA-LOBOS.
A dinâmica
popularizou-se fortemente nos anos
30, 40 e 50.
Eventos em torno do gênero tornaram-se
célebres e agrupavam verdadeiras multidões em espaços públicos. Na capital
paraense, SCHIVASAPPA chegou
a reger um coral de com mil e quinhentos estudantes da rede pública. A
apresentação aconteceu na Praça da República.
Alguns historiadores, no
entanto, criticam a disseminação que tal estudo ganhou na era Vargas. O
tom nacionalista adotado nas apresentações, para muitos, tinha como meta
afastar o olhar público para as crises e desmandos da gestão de GETÚLIO.
O assunto pode ser, hoje em dia,
facilmente pesquisado em várias fontes. A obra Canto Orfeônico no Pará, de Vicente Salles, relata dois
momentos da prática deste ensino na cidade de Belém, capital do Estado do Pará.
O primeiro marca a experiência pioneira do pianista e compositor CLEMENTE FERREIRA JÚNIOR, no ano de
1898. O segundo foi exatamente a fase desempenhada
pela mestra MARGARIDA
SCHIVASAPPA, que recebeu bolsa de estudos para frequentar o curso para professores
ministrado no Rio de Janeiro por HEITOR
VILLA-LOBOS e voltou para implantar no Pará essa experiência pedagógica.
Trabalho
inspirado na obra MARGARIDA SCHIVASAPPA
– A PRIMEIRA DAMA DO TEATRO PARAENSE, do pesquisador ANTÔNIO PANTOJA
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