quarta-feira, 7 de março de 2012

OS COMPASSOS HISTÓRICOS DO CANTO ORFEÔNICO


Nomeada por GETÚLIO VARGAS para gerir ações educacionais na Amazônia, MARGARIDA dedicou-se a travar contato imensamente próximo com educadores e alunos nortistas. Tornou-se exemplo, parâmetro. Passadas décadas, muitos que tiveram contato com a mestra – seja ao lado nas trincheiras do educar, seja sob a égide do aprender – doam à memória depoimentos belos a respeito da professora (muitos desses relatos poderão ser lidos no livro sobre SCHIVASAPPA a ser lançado pelo pesquisador ANTÔNIO PANTOJA lançará). A força pedagógica de MARGARIDA é o símbolo de um tempo, conforme atestam historiadores.   

Antes de VILLA-LOBOS, o movimento do canto orfeônico no Brasil já havia sido deflagrado no início do século por JOÃO GOMES JÚNIOR com orfeões compostos de normalistas na Escola Normal de São Paulo, futuro Instituto Caetano de Campos. Foi seguido por FABIANO LOZANO, com as normalistas na cidade de Piracicaba, e por JOÃO BATISTA JULIÃO, que teve um papel expressivo no movimento com a criação do Orfeão dos Presidiários na Penitenciária Modelo de São Paulo.

A partir de 1921 a posição do governo de São Paulo era francamente favorável ao ensino de música nas escolas públicas. Na década de 30, a iniciativa alastrou-se por todo o país e o movimento pela implantação do canto orfeônico tomou grande impulso com a adesão de VILLA-LOBOS. Ao tomar conhecimento desta nova perspectiva, MARGARIDA soma-se a tendência educacional corrente.

Em 1931, o compositor, recém-chegado ao Brasil depois de alguns anos na Europa, foi convidado pelo interventor Federal JOÃO ALBERTO LINS E BARROS a organizar um orfeão cívico: o evento reuniu mais de 11.000 vozes, numa manifestação de impacto inédita no país e com grande participação popular.

Em 1932, VILLA-LOBOS assumiu a direção da Superintendência da Educação Musical e Artística (SEMA) das Escolas Públicas do Rio de Janeiro, fundada pelo educador ANÍSIO TEIXEIRA. A SEMA, baseada na reforma que instituiu o ensino obrigatório de Canto Orfeônico no Município do Rio de Janeiro (Decreto 19.890 de 18 de abril de 1931), criou o Curso de Orientação e Aperfeiçoamento do Ensino de Música e Canto Orfeônico. As atividades eram subdivididas em cursos de Declamação Rítmica e de Preparação ao ensino do Canto Orfeônico, destinados aos professores das escolas primarias. Também foram criados o Curso Especializado de Música e Canto Orfeônico e de Prática de Canto Orfeônico, destinados à formação de professores especializados. Nossa Dama dos Acordes foi uma das artistas da educação qualificada por tais métodos.

Um comentário:

  1. A Dama dos Acordes, profa. Margarida, atuou em Belém do Pará ou no estado do Amanonas?

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