quarta-feira, 7 de março de 2012

OS ACORDES DE VILLA LOBOS FAZEM PARTE DE NOSSA TRILHA

A História de um grande mestre das artes nacionais une-se a História da nossa grande mestra dos acordes amazônicos. Os caminhos do célebre Heitor Villa-Lobos e de MARGARIDA SCHIVASAPPA foram unidos pelas harmonias do destino. Margarida foi aluna de Villa-Lobos e, graças à influência do maestro, popularizou na região Norte as bases do chamado canto orfeônico.

Filho de NOÊMIA MONTEIRO e RAUL VILLA-LOBOS, o criador das Bachianas e do Trenzinho do Caipira foi desde cedo incentivado aos estudos, pois sua mãe queria vê-lo médico. No entanto, o pai, funcionário da Biblioteca Nacional e músico amador, deu-lhe instrução musical e adaptou uma viola para que o pequeno HEITOR iniciasse seus estudos de violoncelo. Aos 12 anos, órfão de pai, o futuro maestro passou a tocar violoncelo em teatros, cafés e bailes; paralelamente, interessou-se pela intensa musicalidade dos "chorões", representantes da melhor música popular do Rio de Janeiro, e, neste contexto, desenvolveu-se também no violão. De temperamento inquieto, empreendeu desde cedo escapadas pelo interior do Brasil, primeiras etapas de um processo de absorção de todo o universo musical brasileiro. Em 1913, casou-se com a pianista LUCILLA GUIMARÃES indo viver no Rio de Janeiro.

Em 1922, participa da Semana da Arte Moderna, no Teatro Municipal de São Paulo. No ano seguinte, embarca para Europa, regressando ao Brasil em 1924. Viaja novamente para a Europa em 1927, financiado pelo milionário carioca CARLOS GUINLE. Desta segunda viagem retorna em 1930, quando realiza turnê por sessenta e seis cidades. Realiza também nesse ano a Cruzada do Canto Orfeônico, no Rio de Janeiro. Seu casamento termina na década de 1930. Depois de operar-se de câncer em 1948, casa-se com ARMINDA NEVES, uma ex-aluna, que depois de sua morte se encarrega da divulgação de uma obra monumental. O impacto internacional dessa obra fez-se sentir especialmente na França e EUA, como se verifica pelo editorial que o The New York Times dedicou-lhe no dia seguinte a sua morte. O artista nunca teve filhos. O maestro faleceu em 17 de novembro de 1959.

Na década de 40, MARGARIDA foi aluna do Conservatório Nacional de Canto, na capital carioca. Avaliada por VILLA-LOBOS, ganhou nota 100 em todas as matérias que cursou. Muitos dos alunos de SCHIVASAPPA relatam que ganharam como grande presente de vida a oportunidade de conhecer e passar a executar as criações do grande ícone da Música Brasileira.

Trabalho inspirado na obra MARGARIDA SCHIVASAPPA – A PRIMEIRA DAMA DO TEATRO PARAENSE, do pesquisador ANTÔNIO PANTOJA


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